quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

28/02/2008 - 08h43

Carlos Lupi rebate denúncias de favorecimento ao PDT

SÃO PAULO - Cercado de deputados federais de vários partidos políticos, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) rebateu ontem as denúncias de favorecimento ao PDT por meio de convênios. Segundo ele, as acusações são oriundas de " perseguição política " . Atendendo à orientação do Palácio do Planalto, Lupi convocou uma entrevista coletiva, na qual reiterou que vai ficar no governo e também no comando do PDT.

" Não tenho preocupação alguma com a ética porque nasci na ética. Sou vítima de perseguição política. Julgo ser vítima de uma campanha para me difamar e destruir uma imagem (pública) construída há 30 anos. Estou profundamente magoado " , afirmou Lupi, acompanhado por políticos, chefes e técnicos do Ministério do Trabalho.

Na segunda-feira, a Comissão de Ética Pública cobrou de Lupi explicações sobre as denúncias envolvendo o Ministério do Trabalho e os convênios. O ministro disse que vai responder a todas as dúvidas da comissão e levará o documento - com as respostas - ao presidente do órgão, Sepúlveda Pertence.

Em dezembro a comissão, sob a presidência do ex-ministro Marcílio Marques Moreira, recomendou o afastamento do ministro por gerar conflito de interesse e ferir o código de ética da administração pública, já que Lupi comanda um ministério e tem a presidência do PDT. Lupi continuou no ministério e Moreira não descartou sua saída da presidência do conselho por conta de sua recomendação não ser acatada. " O episódio Lupi é uma pequena parte de um todo muito mais amplo " , disse Moreira, referindo-se a transgressões éticas.

Segundo reportagem da " Folha de S.Paulo " publicada na semana passada, pelo menos 12 convênios assinados pelo Ministério do Trabalho autorizaram a destinação de R$ 50 milhões a entidades e pessoas ligadas a filiados do PDT. Outros R$ 14,7 milhões teriam sido repassados a duas entidades (DataBrasil e Inesp) parceiras da Força Sindical, presidida pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, (PDT-SP) - que também estava na entrevista coletiva de Lupi.

Na tentativa de provar que as denúncias são infundadas, Lupi disse que quatro convênios foram cancelados por problemas de ordem técnica - DataBrasil, Grupo Mulher Maravilha, Assistência São Vicente de Paula e Fundação São João Del Rey. Segundo o ministro, os recursos destinados a essas entidades foram bloqueados e voltarão aos cofres públicos. Lupi citou convênios firmados pelo ministério com entidades ligadas a todos os partidos políticos. No total, o ministro afirmou que são destinados R$ 408,8 milhões - dos quais PSDB, PT, PMDB, DEM, PP e PDT seriam os principais beneficiados.

Lupi anunciou a criação de um grupo de trabalho para investigar as entidades que firmarem convênios com sua Pasta e com o portal " Transparência Total " . De acordo com o ministro, no portal será possível verificar os convênios firmados por seu ministério.

(Cristiane Agostine | Valor Econômico, com agências noticiosas)

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