quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Lupi se diz vítima de perseguição política e afirma que continua no governo

27/02/2008 - 19h12

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

Cercado de deputados federais de vários partidos políticos, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) rebateu nesta quarta-feira as denúncias de favorecimento ao PDT por meio de convênios. Segundo ele, as acusações são oriundas de "perseguição política".

Atendendo à orientação do Palácio do Planalto, Lupi convocou uma entrevista coletiva, na qual reiterou que vai ficar no governo e também no comando do PDT.

"Não tenho preocupação alguma com a ética porque nasci na ética. Sou vítima de perseguição política. Julgo ser vítima de uma campanha para me difamar e destruir uma imagem [pública] construída há 30 anos. Estou profundamente magoado", afirmou Lupi, acompanhado por políticos, chefes e técnicos do Ministério do Trabalho.

Na última segunda-feira, a Comissão de Ética Pública decidiu cobrar de Lupi explicações sobre as denúncias envolvendo o Ministério do Trabalho e os convênios. O ministro disse que vai responder a todas as dúvidas da comissão e levará o documento --com as respostas- pessoalmente ao presidente do órgão, Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF.

Convênios

Segundo reportagem da Folha publicada na semana passada, pelo menos 12 convênios assinados pelo Ministério do Trabalho autorizaram a destinação de R$ 50 milhões a entidades e pessoas ligadas a filiados do PDT.

Outros R$ 14,7 milhões teriam sido repassados a duas entidades (DataBrasil e Inesp) parceiras da Força Sindical, presidida pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, (PDT-SP) --que também estava na entrevista coletiva de Lupi.

Na tentativa de provar que as denúncias são infundadas, Lupi disse que quatro convênios foram cancelados por problemas de ordem técnica --DataBrasil, Grupo Mulher Maravilha, Assistência São Vicente de Paula e Fundação São João Del Rey.

De acordo com o ministro, os recursos destinados a essas entidades foram bloqueados e voltarão aos cofres públicos.

Seguindo uma planilha com números, Lupi citou uma série de convênios firmados pelo ministério com entidades ligadas a todos os partidos políticos. No total, o ministro afirmou que são destinados R$ 408.826.454,24 milhões --dos quais PSDB, PT, PMDB, DEM, PP e PDT seriam os principais beneficiados.

Providências

Lupi anunciou hoje a criação de um grupo de trabalho para investigar "in loco" as atividades das entidades que firmarem convênios com sua pasta e também de um portal denominado "Transparência Total".

De acordo com o ministro, no portal que será colocado no ar na próxima semana vai ser possível verificar todos os convênios firmados pelo Ministério do Trabalho. Lupi afirmou que no portal serão dispostos os Estados, municípios, nomes das entidades e recursos previstos.

Lei de Imprensa

Afirmando ser um defensor da liberdade de imprensa, o ministro disse apoiar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender dispositivos da Leia de Imprensa. "A Lei de Imprensa é um lixo jurídico. É um lixo do autoritarismo", disse ele.

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